“Se Podes”… “Se [Tu] Podes!”

C. H. Spurgeon

Luan Tavares
25 min readDec 31, 2020

Mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. Ao que lhe disse Jesus: Se podes! — tudo é possível ao que crê (Mc 9.22,23).

Conhecemos todos a história desse menino, possuído por um espírito surdo-mudo, que o fazia ser acometido de violentos ataques de epilepsia e nele operava terrível mal, lançando-o, por vezes, no fogo e na água, para destruí-lo. O pai pretendera levá-lo a Jesus, de quem havia ouvido falar tantos prodígios; mas, não estando o Senhor presente na ocasião, entregou-o aos cuidados dos discípulos, que fracassaram em realizar sua cura. Daí a pouco, descia o mestre do monte onde se dera sua transfiguração e então o pai se dirigiu suplicante ao Senhor. Antes de abordarmos propriamente o texto, gostaria que percebêssemos algumas lições que nos oferece essa história.

O ponto principal que eu então enfatizaria é que, ao buscarmos uma bênção, nosso Senhor nos permita saber claramente o que realmente desejamos. Se você vai a Jesus Cristo é por alguma razão, seja para você ou para outro; e o nosso Salvador deseja ardentemente que você saiba o que quer dele. Como temos visto, há muita oração em vão; pedidos de misericórdia feitos apenas por saber a pessoa que tais e tais palavras são a isso destinadas, sem ter uma ideia vivida e clara do que é a bênção pretendida por meio dessas palavras. O Salvador aprecia muito que oremos com compreensão, que tenhamos consciência de nossa necessidade e noção do que queremos que ele faça. Procure, portanto, ter em seu coração uma nítida ideia do que você está buscando. Cristo quer que você saiba o que e por que está implorando a ele.

Assim, quando esse homem se apresenta e a seu filho enfermo, o Salvador permite que ele faça um resumo do caso. Com ansiedade própria do amor, o pai narra até em detalhes o mal que se havia abatido sobre seu filho. Tal relato assim detalhado não era de todo necessário para que o Salvador logo se informasse a respeito disso; conhecia perfeitamente o que era uma possessão como aquela do menino e sabia de toda a miséria resultante desses ataques do inimigo. A explanação desoladora do pai tomava-se, todavia, necessária — para que, em primeiro lugar, pudesse o pai se concentrar de maneira clara no mal de que desejava fosse o seu filho salvo; assim como para que aqueles que os cercavam pudessem vir a saber que milagre era esperado de Jesus. E muito sadio que, por vezes, os fiéis parem e se perguntem: “O que, afinal, estamos buscando?” Talvez Cristo lhes indague: “O que querem que eu faça? O que realmente estão me pedindo?” Há muitos que clamam “Salva-me, Senhor!” sem que talvez tenham noção do que é que deveriam ser salvos ou para que finalidade o devam ser.

Nosso Senhor havia permitido que, antes, esse pobre homem houvesse feito seu pedido aos discípulos. Não diria ter sido de propósito que ele encontrou o fracasso; mas acredito que esse fracasso iria ensinar ao homem uma lição valiosa e certamente instruir também os discípulos, mostrando a um e a outros, com toda a clareza, que toda a esperança reside em Jesus Cristo. Vocês têm procurado a salvação, queridos amigos? Mas como esperam ser salvos? “Ora, buscando os meios da graça”, me responderão. Um tanto ou quanto certo, e nada tenho a dizer contra os meios da graça mais do que teria a dizer contra os apóstolos que procuraram curar o menino; mas os meios da graça não podem salvar vocês, do mesmo modo que os apóstolos não puderam expulsar o demônio daquela criança. Não é aos meios da graça, mas a Cristo, a quem vocês devem se achegar; assim como não eram os discípulos, mas o Mestre, quem teria de operar o milagre. Talvez vocês venham sentando durante anos nesses bancos, esperando que algo venha a vocês por causa de sua presença contínua e constante aqui. O Senhor os quer piamente convencidos de que não serão salvos, a menos que se acheguem a ele, o próprio Senhor Jesus. Nem a leitura da Bíblia, nem ouvir sermões, nem orações — se apenas nisso se crer — poderá salvar vocês. Sua confiança deve ser inteiramente no Cristo de Deus, o realizador dos milagres. Se vocês confiarem no Salvador, serão salvos, de imediato. Se crerem agora, obterão perdão imediato de todo pecado e salvação instantânea, pelo poder do Cristo de Deus. Pode ser que vocês não hajam pensado nisso antes; que tenham dado voltas em redor e ficado cansados, de modo que irão se queixar, como o homem da narrativa: […] pedi aos teus discípulos que o expulsassem, e não o puderam (Lc 9.40); ou seja: “Busquei os meios da graça, Senhor, ouvi teus ministros, li bons livros; mas nem livros, nem ministros, nem cultos, nem tudo isso junto conseguiu expulsar o demônio de mim. O Senhor poderia fazê-lo?” O fracasso das outras esperanças é algo que Cristo nos faz saber quando finalmente nos achegamos a ele para receber nossa grande bênção.

Após ter o pai exposto o caso e confessado estar decepcionado com os discípulos, o Salvador o fez ver outra demonstração do mal de que seu filho seria salvo. Então, perante todos os presentes, ao levarem o rapaz a Jesus, começou o demônio a atacá-lo, talvez mais violentamente do que antes; ele espumava pela boca e parecia, por fim, encontrar-se em tal estado que todos que o viam certamente sussurravam: “Está morto. Este caso está irremediavelmente perdido”. Assim, mesmo diante de Cristo, o espírito maligno empregava um esforço supremo para manter o controle sobre sua vítima, ou destruir o corpo que dominava. Ora, amados, no caso de vocês, se forem fiéis, o Senhor pode permitir que o pecado corra solto, de forma jamais vista, antes de expulsá-lo de seu corpo. Pode ser que vocês se deem por mortos; na verdade, até espero que o façam, pois, quando a morte atinge cada esperança carnal e ardentemente nos desesperamos pela salvação, então é o momento em que o poder onipotente da divina graça adentra em nós e se manifesta sem limites. O vocês, que esta noite são levados à intensa desolação, com isso me alegro! Espero ver Cristo vindo a vocês, levantando-os e dizendo ao mau espírito: Sai dele, e nunca mais entres nele (Mc 9.25). Deus permita que assim seja! Ou então, se sua ansiedade está relacionada a outra pessoa, que Deus permita que o pecado naquele que vocês estimam irrompa mais forte do que nunca, para que dele seja livrado. A vocês, que vêm orando por meses, talvez por anos, isso poderá provavelmente soar como um tanto inútil. Têm trazido seus cônjuges, filhos, parentes ou amigos a Cristo, e, em vez de verem uma mudança para melhor, pode ser que esteja parecendo até agora uma mudança para pior. No entanto, lembrem-se do que respondeu Jesus ao pai do menino: Se podes! — tudo é possível ao que crê. Talvez ele nos permita ver mais vividamente do que jamais perceberíamos a real situação desesperadora do caso para que possamos compreender mais claramente a grandeza da misericórdia que buscamos em suas mãos.

Abordarei no texto, principalmente, dois assuntos. Deveria limitar-me mais apropriadamente ao caso de uma pessoa que ora por outra, pois a palavra do Senhor que acabamos de mencionar foi dita a um pai que implorava por seu filho. O mesmo princípio, no entanto, se aplica a outras circunstâncias. Rogo assim àqueles que oram por si mesmos que levem consigo tanto quanto puderem do sermão; e que Deus Espírito Santo o tome pertinente a eles também! Com esta introdução, chegamos ao texto em foco.

Há dois se podes aqui. O pobre e perturbado homem diz o primeiro a Cristo com certa medida de dúvida: Se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos (Mc 9.22). Em seguida, vem o outro, quando Jesus responde: Se podes! — tudo é possível ao que crê.

I. Comecemos dizendo, então, em primeiro lugar, que O “SE PODES” NÃO ESTÁ EM CRISTO, como possibilidade de salvá-lo, ou, em resposta à sua oração, como possibilidade de salvar a pessoa objeto de sua preocupação. Não há, de fato, se podes com referência a Cristo, apesar de ser bem provável que sua incredulidade possa sugerir alguma dúvida sobre o seu amor, o seu poder ou a sua disposição de salvar.

Não pode haver nenhum “se” quanto a Cristo ser capaz de salvar o pecador ou realizar qualquer outra coisa; porque, antes de tudo, ele é o amado Filho de Deus. Sobre o cume nevado do Hermom, por cujas íngremes escarpas ele desceria depois para confrontar a multidão na planície, Cristo foi transfigurado e brilhou em toda a sua glória como o sol, na presença de discípulos seus, mais branco que a neve que os cercava; e de uma nuvem que os sombreava veio a divina voz, dizendo: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi (Lc 9.35). Sendo, pois, Jesus Cristo o favorito dos céus, o querido Filho do Pai eterno, iria ele lhe negar fosse o que fosse? Não consideremos este se, portanto, como o ponto completamente duvidoso da questão. A revelação da glória no monte e a voz surgida dos céus são provas suficientes de sua filiação. Nem mesmo o diabo em pessoa poderia negar que Jesus é o Filho de Deus. E bem verdade que ele disse, na fúria da tentação: Se tu és Filho de Deus, manda que estas pedras se tomem em pães (Mt 4.3); todavia, esse se não é uma dúvida, mas, sim, um desafio, pois, no fundo, sabia que Cristo é verdadeiramente o Filho do Altíssimo. Tanto assim que, em diversas ocasiões, demônios confrontados e logo expulsos por Cristo manifestaram-se reconhecendo-o: Tu és o Cristo, o Filho de Deus (Mt 16.16). Sendo, pois, o Filho verdadeiro de Deus, pode algo ser impossível para ele? Não. Disse ele: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra (Mt 28.18). Quando penso no grande amor com que Deus revestiu seu querido Filho, não há como imaginar que tenha economizado em lhe dar a capacidade de abençoar. Cristo é capaz de salvar até o mais perdido dos que vão a Deus em seu nome, por ser o Filho perpétuo do Pai Eterno.

Lembremo-nos ainda, se esse argumento não basta, de que Jesus Cristo é Deus. Como poderia haver, então, qualquer se duvidoso do seu poder? O que Deus não pode realizar? Ele fez este mundo, o Universo, os milhões de globos que cravejam o céu à noite; mas de tudo o que Deus já fez, apesar de longe ainda de nossa total compreensão, nada pode ser comparado ao que ele poderia ainda fazer, se o desejasse, pois a ele são possíveis todas as coisas, sem exceção. A Jesus Cristo, que é Deus, por ser o Filho absoluto do Deus absoluto, todas as coisas são possíveis. Pode salvar todos os presentes ainda não salvos aqui, neste recinto. Dirija, que seja, um sopro de oração confiante a ele e você há de comprovar o seu poder; ele o salvará. Sua palavra corre velozmente e dentro em pouco, quando ele assim operar, circundará o mundo todo, e todas as nações terão Jesus como seu Senhor abençoado. Se já obtivemos de Deus a bênção de podermos suplicar a Jesus, tenhamos a certeza de que sua promessa de salvação será mantida; jamais precisaremos inserir um se em nossa mente, duvidando se ele pode ou não fazê-lo. O amados, mesmo que fôssemos mais corrompidos do que somos, ele poderia nos mudar; mesmo nossos amigos e parentes estivessem mais afundados no pecado do que agora — e Deus não permita que isso aconteça — , ele ainda assim conseguiria a todos salvar: Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir(Is 59.1). Que vergonha, você que duvida! Que vergonha, você que treme! Não pode existir em nosso coração um único se, sequer, para com o Cristo de Deus, o Filho de Deus, o Filho igual a Deus, rodeado de onipotência.

Em terceiro lugar, tenhamos em vista que, como Salvador, as obras da graça são fáceis para ele. Se pararmos para pensar por um minuto sobre o que ele tem feito pela salvação dos homens, creio que veremos que não há motivo de se algum para com ele. Vejam o Cristo crucificado, exposto ao desprezo público perante o qual haveria de morrer. As dores que sente são inimagináveis; como que desamparado por Deus, experimenta inconcebíveis torturas da alma. E o Filho de Deus que morre, aquele cuja face é a glória do céu, que morre como um delinquente, “o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus”. Tenho tal convicção no poder da morte de Cristo que se me fosse revelado que na cruz ele redimiu não apenas o nosso mundo, mas tantos quantos deles são estrelas no céu, eu creria. Oh, o sangue precioso do Filho de Deus! Que grandioso mérito há de haver em tal sacrifício! A Divindade infinita se unindo à perfeita humanidade e assim a vida total garantindo que o homem haveria de viver! Digam-me que Cristo não consegue salvar! Digam-me que o sangue dele não consegue lavar o pecado mais escarlate que haja corrompido algum homem! Eu não creio! Uma infinita virtude há que existir no sacrifício expiatório de Cristo. Não pode existir, de modo algum, um se no poder do Crucificado de perdoar todos os que a ele se achegam e creem em sua grande vitória.

Se alguém ainda questiona o poder da morte de Jesus Cristo, lembre-se então de que ele ressurgiu dos mortos, ascendeu à glória e que hoje e aqui ele reina. Creio poder vê-lo agora à direita do Pai, revestido de honra perpétua e divina majestade. Que faz ele? Veja! Ergue as mãos. Advoga um favor dos pecadores. Iria o Pai lhe negar algo? Ele intercede pelos transgressores. Iria Deus recusar abençoá-los? Oh, pelo Cristo vivo que está à direita de Deus, e invocando o mérito de seu sacrifício, quero certificá-los de não haver um único se de dúvida quanto ao seu poder de salvar qualquer dos filhos dos homens!

Não precisa você me assegurar que é o pior pecador que já existiu, eu acredito; irei mais além: suponho que você talvez seja ainda pior do que pensa. Muitos já têm vindo a mim e, face a face, exposto tristemente seus mais horrendos pecados. Quase sempre eu lhes digo: “Você não precisa me dizer isso; eu não tenho a menor dúvida de que você é mil vezes pior do que me diz ou do que acha ser. Você está bem qualificado para ir para o inferno”, e eles concordam: “Ah, isso mesmo, isso mesmo”. Eu fico feliz em ouvi-los consentir com tal veredicto — pois esse é o tipo de pessoa que Jesus Cristo veio para salvar. Ou você acha que ele veio para salvar somente o pecador simples e pequenino, que nunca fez muito que de fato fosse errado? Também; mas veio, sobretudo, para ser o grande Salvador dos grandes pecadores. Imagine se um dia você me contasse, com radiante entusiasmo, que há um excelente médico em Londres. Eu pergunto: “O que ele faz?” “Ah, ele tem muitos pacientes”, você me responde. “Mas o que ele faz?”, insisto. E você me dá a seguinte resposta: “Ah, ele cura dedos machucados”. Eu não veria nada de mais nisso. Mas imagine se, pelo contrário, em resposta à minha pergunta: “O que esse grande médico faz que tanto o empolga?”, você me respondesse: “Ele tem curado muitas pessoas desprezadas ou abandonadas pelos outros. E capaz de curar as piores doenças e, pelo que dizem, se um homem estiver quase morto, pode trazê-lo de volta à vida”. Então, eu também o elogiaria e, se estivesse doente, iria a ele para me curar. Por isso, tenho muita confiança na capacidade de cura de Cristo; pois a ele fui depois que meu pecado havia passado por todos os curadores e remédios humanos e ele restaurou cada ínfima parte do meu ser. Não há palavras que bastem para falar do seu poder de salvar e abençoar. Se você acha que meu mestre só consegue salvar pequenos pecadores, aqueles que têm pecados quase imperceptíveis, então lhe digo que você realmente não o conhece. E, como já disse e repito, o grande Salvador dos grandes pecadores; e por mais culpado que você possa ser e se lamente e se remoa, lembre-se de que Cristo é capaz de salvar até mesmo o pior e o maioral dos pecadores. E capaz de salvar todos vocês agora, bem agora, onde quer que estejam sentados e de fazê-los deixar esta casa como novas criaturas nele.

Você pode ver, assim, que o se não tem que ver com Cristo.

II. Mas então onde está o se podes? ESTÁ NA NOSSA FALTA DE FÉ. Como disse Jesus ao pai do menino: Se podes! — tudo é possível ao que crê. Mas por que é necessário ter fé?

Em primeiro lugar, porque é uma necessidade inteiramente razoável. É desarrazoado esperar que Cristo faça qualquer coisa por nós se não crermos nele. O menos que um bom cirurgião pode esperar de seu paciente é que deposite inteira confiança em sua capacidade. Não é de admirar, portanto, que Jesus Cristo espera de vocês que creiam nele, e que “quem não crer será condenado”. Se você negar a Cristo sua confiança, não poderá saber se ele lhe dará salvação. Se podes!, dito por Jesus, soa como se o Senhor, admirado, repetisse as palavras daquele pobre pai ao constatar que ele, o Filho de Deus, deveria estar sendo tão mal-entendido que seres humanos que iam a ele, que criou todas as coisas, duvidavam de seu imenso poder. O pobre leproso que foi a ele após o sermão do monte expressou sua falta de conhecimento de Jesus de forma diferente. Disse: […] se quiseres […], duvidando não do poder de Cristo, mas de sua disposição em curar. Não sei qual dos dois é o pior, mas estou certo de que ambos são desarrazoados; pois, se a sua vontade ou capacidade não estivessem presentes, Cristo não seria curador, muito menos Salvador dos pecadores. Mas, como frequentemente cantamos em um hino,

Ele é capaz,
Ele quer; não mais duvide.

A fé é necessária, em segundo lugar, pois ela se destina à glória de Deus. Não seria glória para Cristo abençoar aqueles que não cressem nele. Iria recompensar a incredulidade? Seria possível dizer que Cristo veio a este mundo, viveu e morreu pela salvação dos pecadores e que, depois disso, mesmo que alguém não cresse nele, daria a essa pessoa perdão e misericórdia? Naturalmente, não. Jamais poderia haver tal coisa: um incrédulo perdoado; alguém salvo que não cresse em Cristo. Isso seria sua desonra; faria dele o senhor do pecado, não o Salvador. A fé é necessária, portanto, para que Deus tenha a glória da salvação do homem.

Também para nosso próprio bem é a fé. Nosso Senhor queria abençoar aquele pobre homem curando seu filho, mas desejava abençoá-lo duplamente, curando-o também de sua incredulidade; pois é de fato um terrível mal que a um homem falte fé em Deus; é uma repugnante doença do espírito que um homem dele possa duvidar. Se examinarmos na legislação penal a relação de crimes, assim considerados, veremos que ali se acham alguns verdadeiramente abomináveis; no entanto, se procurarmos a mais faltosa das transgressões sob o ponto de vista moral e espiritual, não encontraremos nada mais abjeto que o pecado do homem que duvida do amor e do poder de Cristo, que morreu para que esse homem pudesse viver. É a obra-prima das tentações do inferno. Estamos o mais afastado de Deus ao duvidarmos do amor que ele marcou com o sangue do seu próprio coração. E, portanto, para nosso próprio bem que temos de crer. Aqui e para sempre a glória de Deus e o nosso próprio bem estão intimamente ligados. Glorificar a Deus é desfrutar dele para sempre.

A fé, portanto, é algo racional, glorioso, abençoado e, no caso do pecador, absolutamente necessário à sua salvação. Temos de crer em Jesus Cristo se quisermos ser salvos. Não podemos ser salvos sem crer? Não. O que será de nós se não crermos em Jesus Cristo? Não preciso fazer especulações sobre isso. O próprio Senhor disse: […] quem não crer será condenado (Mt 16.16). Não estou preocupado em me cercar de interpretações meticulosas ou em pesquisar uma suposta versão mais refinada do texto; quero apresentá-lo justamente assim, em sua crua e tremenda simplicidade: Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. Se você não crer em Jesus Cristo, será condenado, o que quer que isso signifique; e deve significar, na verdade, algo terrível ser condenado por Deus e ser privado de sua presença, por não crer nele. Não há solução para isso, pois não há outra salvação, nem outra porta da esperança, exceto através da fé naquele designado Salvador da humanidade. Como disse John Newton, um grande pecador salvo pela maravilhosa graça:

A pior doença é leve,
Se comparada ao pecado;
Ele de tudo se serve,
Deixa nosso eu assolado.
E veneno, febre ardente,
E loucura, combinado:
E ninguém senão o crente
Dele o alívio tem encontrado.

Eis, portanto, onde o se se encontra: na nossa falta de fé.

III. Como terceiro ponto, permitam-me questionar: O QUE O “SE” LEVA A MANIFESTAR? Por que não conseguimos crer? Se uma pessoa sem preconceitos e que não tivesse tido contato com a Bíblia a lesse pela primeira vez e lhe fosse perguntado: “É difícil o que Deus pede aos homens, visando à sua salvação: que para serem salvos é necessário que creiam em Jesus Cristo, por ele enviado para salvá-los?” Qualquer mente pura responderia: “Não; pelo contrário, deve ser a coisa mais fácil do mundo, já que Deus não tem por que enganar ninguém”. Tal veredicto seria absolutamente verdadeiro; pois o presente que por Deus nos foi oferecido, seu Filho, por ele amado, prova sua real honestidade, não deixando dúvida quanto à certeza e sinceridade de sua vontade de abençoar os filhos dos homens. Deus não conseguiria ser falso, ou ir tão longe na falsidade, a ponto de dar seu Filho à morte: isso seria inteiramente inconcebível. Parece ser inquestionável, então, que Deus seja verdadeiro ao declarar que irá salvar todos aqueles que confiarem em seu Filho; e nos parece, à primeira vista, a coisa mais simples do mundo confiar em Cristo, como, de fato, é. Por que, então, há tanto se nisso? Por que é necessário que Cristo tenha de repetir Se podes e afirmar ser tudo possível ao que crê?

O motivo é que nos afastamos de Deus em nosso coração. Se estivéssemos na presença de Deus, a fé não seria uma questão de necessidade. Mas não amamos Deus. Por natureza, muitos de nós, infelizmente, até o detestam, e eis o motivo de nem todos confiarmos nele. Seria lamentável que alguém, a quem você estivesse falando sobre o pai dele, lhe dissesse: “Não acredito no meu pai”; e se você insistisse: “Mas seu pai é um homem do mais elevado caráter”, seria triste ouvir essa pessoa retrucar: “Pode ser, mas não confio nele”. “Mas seu pai é a bondade em pessoa”, você reafirmaria; e se a pessoa então respondesse peremptoriamente: “Sim, é o que ouço dizer, mas mesmo assim não creio nele, não confio nele”, você deduziria haver aí uma temerosa animosidade familiar, alguma circunstância estranha que pudesse haver torcido a mentalidade do seu interlocutor, de modo que não amasse seu pai nem cresse nele. De fato, se o pai em questão for pessoa de reputação inatacável e integridade indubitável, a última coisa que você esperaria ouvir do filho seria: “Não consigo confiar nele”. Agora, em relação a Deus, quem dentre nós poderia blasfemar, afirmando que Deus já foi alguma vez mentiroso ou falso? No entanto, é o que dizem, embora com outras palavras, alguns homens e parecem mostrar a maior tranquilidade em dizê-lo. Apesar de estar escrito que quem em Deus não crê, mentiroso o fez (1Jo 5.10), há homens capazes de dizer, como se fosse uma simples escusa, e não um pecado: “Não consigo crer em Cristo; não consigo crer em Deus”. Isto, por estarem afastados dele e porque não o amam. Que lamentem isso e o confessem diante de Deus. Quando seu coração for renovado pela graça, então a fé certamente virá.

Outra razão para o se é sermos idólatras por natureza. “Não, não”, diz você, “não somos idólatras”. Pois digo que o somos por natureza — todos nós. O que é um idólatra, senão alguém que possui um ídolo, algo em que possa confiar e que represente para ele o invisível? O católico se toma um idólatra ao se colocar diante do crucifixo em si ou qualquer imagem ou relíquia dos santos. Você pode se tomar idólatra também, sem precisar parecer ser supersticioso. Assim você será, por exemplo, em seus negócios ou em suas finanças particulares, se para conseguir confiar em Deus precisar ter sua remuneração, suas despesas e seus impostos normalizados. Não é em Deus, então, que você confia; é no dinheiro. O mesmo vale para sua alma. Você confiaria em Deus se um anjo descesse do céu para lhe falar, ou ouvisse uma voz durante a noite? Aí, então, não seria em Deus que você creria, mas no anjo ou na voz. Você quer algo, enfim, que possa ver ou ostentar. É inerente à espécie humana, aliás, ter símbolos; mas o que é isso, senão idolatria? Oh, que possamos nos livrar disso e declarar: “Deus é invisível. Não preciso esperar vê-lo; preciso é confiar nele. Tenho de crer que aquele que fez o céu e a terra e deu seu Filho à morte por mim irá me salvar; e, de uma vez por todas, deposito minha total confiança em seu amado Filho”.

Outra razão para o se é medirmos Deus por nós mesmos. Não conseguimos crer que Deus possa nos perdoar porque consideramos muito difícil perdoar o nosso próximo. Além disso, não conseguimos conceber que Deus assim o faça sem nenhum motivo, senão por pura graça, porque somos sempre interesseiros: a menos que possamos ver alguma possibilidade de recompensa, de um modo ou de outro, temos muito pouco interesse em fazer algo pelos outros. Então acreditamos ser Deus de todo modo como nós mesmos; apesar de, de vez em quando, nos lembrarmos de já ter visto escrito na Bíblia: Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos (Is 55.9). Medimos Deus por nossos semelhantes. Dizemos, por exemplo: “Tais e tais pessoas são muito boas; mas ninguém, nem Deus, jamais perdoaria isso que fizeram”. Ou: “Ninguém é capaz de se dar generosamente como se diz que Deus se dá”. Do mesmo modo que povos negros costumam fazer todas as imagens de seus anjos ou santos de igrejas com rosto negro, imaginamos ser Deus como nós mesmos ou nossos semelhantes e por isso achamos difícil crer nele. Descarte essas ideias de Deus de seus pensamentos. Seria mais fácil você segurar um oceano na palma da mão ou medir os céus com os dedos do que, por seus métodos e sem a ajuda da graça, ter uma ideia que seja da grandeza e da glória de Deus. Não se esqueça de que Deus é tão grande em misericórdia quanto em qualquer outro atributo. Ele se deleita em perdoar. A alegria de seu coração está em apertar seus filhos pródigos contra o peito. Nada dá tão intensa satisfação ao coração de Deus quanto a manifestação de sua ilimitada graça. Gostaria que cresse nisso. Mas porque limitamos assim o Santo de Israel é que cremos ser tão difícil a simples questão da fé. Por causa disso, subsiste em nós o grande, tremendo e inabalável se: Se podes!

IV. Para concluir, deixe-me fazer outra pergunta e procurar responder a ela: COMO O SE PODE SER REMOVIDO? Se há aqui, nesta casa, hoje, alguém que anseia ser salvo, mas levantou um se quanto a Cristo, duvidando: “Senhor, se podes fazer alguma coisa…”, que saiba então que esse se está nele mesmo. Que nos demos as mãos, para ver se não conseguimos eliminar este se! Venha, irmão, deixe-me ajudá-lo. Se o seu “se” tem sido muito pesado em seu coração, peço ao Espírito de Deus que abençoe minha palavra a você e o livre dessa dúvida. Aliás, em relação àquele outro se a que já me referi, dito pelo leproso que desejava ser curado, ouvi uma história sobre uma menina, cuja mãe a encontrou um dia segurando uma tesoura e com a Bíblia da família na mão. “O que está fazendo?”, perguntou a mãe, com certa preocupação em relação à filha e ao livro. “Ó mãe”, disse ela, “eu estava lendo na Bíblia sobre o homem que disse a Jesus: Senhor, se quiseres, podes tomar-me limpo (Mt 8.22), e achei que ele não deveria ter dito se quiseres a Jesus; portanto, achei que eu deveria cortar este se quiseres da página”. Algo muito bom de fazermos com todos os nossos se! Como iremos, porém, trabalhar com este, em particular? O melhor seria imitarmos o pai do filho epilético possuído por um demônio:

Antes de tudo, confessar a fé. Aquele homem disse: Creio! Há algo de notável aí. Se você não conseguir ir tão longe quanto gostaria, vá tão longe quanto puder. No que você crê em Jesus Cristo? Venha, trêmulo, pobre e amado coração, recapitule em sua mente agora tudo em que crê a respeito de Jesus. Acho que eu, antes de verdadeiramente crer em Cristo, cheguei a dizer: Senhor Jesus, creio que és o Filho de Deus (At 8.37). Eu cria nisso; nunca duvidei. Acrescentei, então: “Creio também que foste enviado para ser o Salvador da humanidade”. Lembro-me de jamais ter duvidado disso. Alguns de vocês também creem nisso desde a infância; sua mãe e seu pai os ensinaram; sempre que leem as Escrituras, têm certeza disso. Agora, pois, entreguem-se a isso. “Senhor, eu creio que és o Filho de Deus. Creio que és Deus. Creio que és capaz de salvar. Creio que o teu precioso sangue remove o pecado de todos os que creem em ti. Creio que todos os que creem em ti têm a vida eterna. Creio que enviaste o evangelho ao mundo, dizendo: Quem crer e for batizado será salvo (Mc 16.16). Creio em tudo isso, Senhor”. E algo pelo qual vocês devem ser gratos; mas é algo também que pode vir a condená-los, a não ser que avancem, vão mais longe; pois, se já creem tudo isso, por que não crer mais? Está certo que o ateu ou o materialista, por exemplo, não confiem em Cristo; mas se você está seguro de sua crença, de sua fé, não dá para imaginar uma desculpa para que não creia e confie inteiramente em Cristo. Se alguém disser: “Acho fulano um desonesto; não dá para confiar nele”, isso é consistente; mas se disser: “Acredito que fulano é um homem sério, correto, mas não consigo confiar nele”, não há como ouvir essa pessoa, que por sua própria boca se contradiz. Portanto, vocês devem avançar, pois, se não o fizerem, acabarão se condenando. De fato, se alguém declara a Cristo: “Creio que és o Messias, o enviado, que devia vir a este mundo; creio que és o Filho de Deus; creio que ressuscitaste dos mortos; creio que estás sentado à mão direita de Deus Pai, advogando em defesa dos pecadores”, terá necessariamente de acrescentar: “Portanto, creio em ti”. E a conclusão natural a que se chega. Deus o ajude, então, a confessar a fé que você tem em Cristo!

Outro modo de derrubar esse se é apelando a Cristo para que o ajude. Creio!, disse aquele pobre homem, acrescentando: Ajuda a minha incredulidade (Mc 9.24). Ele estava clamando do fundo de sua alma: “Ajuda-me, Senhor, ajuda-me a vencer minha incredulidade”. Você também, pobre coração, vem procurando crer? Já experimentou fazer o mesmo que esse homem, crer que Cristo pode ajudá-lo a crer? Soa estranho, não? Mas, veja, ele teve de ter fé em Cristo nisso também, senão não teria dito: Ajuda a minha incredulidade. Imitemo-lo, então, clamando, como Cowper:

Salva-nos, Emanuel, aqui estamos,
Aguardando sentir teu toque de amor;
Almas feridas, que tua cura esperamos,
Profundamente somos, ó Salvador.

Fraca é a nossa fé, fazemos confissão;
A crer na Palavra não damos valor;
Que tenhas ao menos de nós compaixão,
Venha a nós a tua bondade, ó Senhor!

Lembraste daquele que um dia afirmou,
Com temor e tremor e fidelidade:
‘Senhor, eu creio’, mas, chorando, clamou:
‘Ajuda, Senhor, minha incredulidade!’

Muitas vezes, há muito mais fé no coração de um pobre pecador do que ele acredita que haja. Crê de fato no Salvador, mas não sabe que realmente o faz. Está salvo e, no entanto, teme pensar que isso seja possível. Muito tempo depois de eu conhecer o Salvador e de nele crer, costumava por vezes me assustar com o pensamento de que era bom demais para ser verdade. Diz o tentador: “Não pode ser verdade que você tenha sido perdoado, que agora seja de Cristo, que foi lavado no sangue do Cordeiro e que está salvo para sempre!” Sim, parece ser bom demais para ser verdade; mas nada é bom demais para ser verdade quando se está na presença do nosso Deus e nosso rei. Quando um rei se prepara para entrar em ação, é costume dizer que, quanto mais magnânimo e forte ele for, mais provável é que a ação seja inteiramente executada. Pense mais alto ainda. Se for um rei superlativo, infinito, de algum modo inimaginável, mas de todo modo revelado, então é totalmente provável que isso seja verdadeiro, pois ele se mostra como é, sendo Deus. Imploro, portanto, a você, que traga sua incredulidade a Cristo e a deixe morrer a seus pés! A incredulidade não tem como confrontar a verdade da cruz. Se você a fizer se espelhar no Salvador crucificado, no Cristo de Deus ressuscitado, a incredulidade morre. Deus o ajude, então, a dizer: Creio! Ajuda a minha incredulidade!

Para seguir o exemplo daquele pai, você deve fazer mais uma coisa. Leve seu problema a Cristo. O pobre homem levou seu próprio filho, com seriíssimo problema, a ele. Certamente foi para o pai um grande esforço e teve de pedir que outros o ajudassem. Consegue imaginar quanto aquela criança sofredora era atirada, nos ataques, ora para um lado, ora para o outro? Talvez você já tenha visto algum coitado com tal distúrbio físico e o seu sofrimento quando convulsionado. Com esse menino era pior; pois o menino não só espumava pela boca, mas ficava também totalmente desvairado, alucinado, ao ser tomado pelo demônio. Imagine o pai procurando ajudar seu filho, segurando-o, e então o filho se solta; outra pessoa o ajuda a segurar pelo braço, enquanto o pai o agarra. Assim é levado, puxado, empurrado, debatendo-se, até Cristo. Trazei-mo, dissera Cristo; e o que mais poderia fazer o pai senão levá-lo? Assim o fez, e deitou seu filho, agitando-se, convulsionado, aos pés de Jesus. Que lugar poderia ser mais propício para se levar um enfermo ou possuído do que aos pés do Salvador? A quem poderíamos ir se nos desviássemos de seu temo coração? De quem mais, portanto, o menino e seu pai poderiam esperar ser confortados e ajudados; e de quem mais além de Cristo poderão você e seus filhos esperar por uma bênção?

E isso o que gostaria que fizessem com seus parentes e amigos: levá-los de alguma forma a Jesus Cristo, mediante oração poderosa, veemente e determinada. Além de orar por eles, procurem fazê-los ouvir o evangelho. Gosto muito de pregar a pessoas que nunca ouviram o evangelho antes; é uma grande obra. Em alguns de vocês, acho que nunca conseguirei deixar marca; foram por tanto tempo martelados com determinadas idéias que temo se hajam deixado endurecer contra o evangelho. Se você levar alguém para ver as estrelas — alguém do interior, que está acostumado a vê-las — , talvez ele não faça nenhuma ressalva, ou simplesmente diga: “Não noto nada em particular nas estrelas”. Mas imagine um paciente saído de uma operação oftalmológica, depois de não ver por muito tempo e que até se esquecera de como seria bom voltar a enxergar. Leve-o para uma dar uma volta à noite, e a primeira coisa que ele observará serão certamente as estrelas no céu. Exclamará, entusiasmado: “Que visão! Que coisa gloriosa! Que divino!” E esse o tipo de pessoa a quem tenho muito prazer em pregar; pois quando o Senhor dá vista àqueles que eram cegos espirituais, quando veem espiritualmente pela primeira vez na vida, como exultam em poder ver! Pessoas que raramente veem flores se encantam à sua visão e encontram grande deleite em sua fragrância; no entanto, ouvi falar de uma menina vendedora de violetas na rua e que tinha de levar as flores restantes de volta ao seu pobre quarto todas as noites, até que disse odiar o cheiro das violetas: tão acostumada a elas estava que não as suportava mais.

Isso pode parecer estranho, mas é justamente assim que alguns dos que ouvem o evangelho costumam reagir: dizem que o ministro prega por muito tempo, criticam nossos sermões; receio que estejam tão mal acostumados ao doce aroma da Rosa de Sarom, do Lírio dos Vales, que sua fragrância acabe por enfastiá-los. Que triste quando alguém se toma tão mal acostumado ao evangelho que reclama do sermão: “Que enfado!” Que este nunca seja o seu caso; mas, se for, venha e traga também esse seu problema a Cristo! De nada adiantaria trazê-lo a mim, pedindo-me para orar por você; de nada ajudaria recorrer a outros meios da graça. Dirija-se ao Senhor Jesus, que está junto de você, e conte-lhe tudo o que acontece; diga a ele que você renuncia a qualquer outra esperança que acaso pudesse haver e que confia a si mesmo inteiramente em suas mãos. Creia nele neste momento e o evangelho terá o cheiro de morte à morte, para você. Se você confiar em Cristo, terá vida. O Espírito de Deus, ajuda muitos a virem a ti nesta hora e a confiarem tão somente no crucificado, em nome de Jesus! Amém.

SPURGEON, Charles H. Milagres e Parábolas de Nosso Senhor: A Obra e o Ensino de Jesus em 173 Sermões Selecionados. São Paulo: Ed. Hagnos, 2016, pp. 868–876.

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Luan Tavares
Luan Tavares

Written by Luan Tavares

“Tudo é possível àquele que crê.” (Marcos 9:23 NVI)

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